“E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar
com vestes compridas, e das saudações nas praças, 39 - E das primeiras cadeiras
nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias; 40 - Que devoram as casas
das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave
condenação”. Mc. 12.38-40
O que podemos
dizer de uma vida cristã superficial? A palavra “superficial” no dicionário
Aurélio tem como significado: algo pouco
profundo ou sem seriedade. Assim
era a vida dos escribas no tempo de Jesus. Também conhecidos como “doutores da
Lei”, esse homens eram tidos em grande estima pelo povo, porque, acima dos
demais, eram responsáveis por conhecer e ensinar os padrões éticos do Antigo
Testamento. De acordo com William
Macdonald, os escribas eram exteriormente religiosos. Amavam exibir-se com
vestes talares. Isso os distinguia da população e dava-lhes aparência de
santidade. Amavam ser saudados com títulos que soavam poderosos em lugares
públicos. Faziam algo pelo seu ego! Procuravam os lugares de honra nas
sinagogas, como se lugar físico tivesse algo a ver com piedade, queriam os
melhores lugares nos banquetes. No íntimo eram gananciosos e falsos. Roubavam
as propriedades e o meio de vida das viúvas para poderem se enriquecer,
fingindo que o dinheiro era para o Senhor e por fim recitavam longas orações,
palavras vãs e elevadas. Em resumo, amavam a peculiaridade; a popularidade; a
proeminência; a prioridade; as possessões e a falsa piedade.
Jesus deixou uma
alerta para os seus discípulos: “guardai-vos dos escribas”, no grego o termo blepete (blepete –
guardar) tem o sentido de tomar cuidado para não imitar, ou seja, não façam o
que eles fazem. Porém, infelizmente, 2000 anos de alerta ainda não serviu para
algumas pessoas. Nas igrejas cristãs de hoje ainda existem pessoas como os
escribas do tempo de Jesus, pessoas que estão nos lugares de honra da igreja,
seja no púlpito, nos louvores, nos ministérios e etc. Pessoas que se exibem com
as vestes talares, são elogiados no que fazem, são lideres da vida alheia,
fazem longas e intermináveis orações, se apresentam como impecavelmente santas,
mas nos escombros das suas casas, no calabouço da própria mente são incapazes
de viverem o que mostram ser, não há profundidade nem seriedade na vida cristã.
Para essas pessoas Jesus tem uma afirmação: “estes receberão mais grave condenação”.
Ter uma vida
cristã superficial é o mesmo que fazer uma poupança de problemas para o futuro,
toda mascara um dia cai; toda mentira um dia é descoberta; todo engano um dia é
revelado. Ter uma vida cristã superficial é o mesmo que construir uma casa na
areia, sem profundidade um dia ela cai e grande é a ruína (Mt.7.26-27). Aquele
que tem uma vida cristã profunda, tem uma vida coberta pela verdade e não pela
mentira; tudo é revelado e não ocultado; tudo é motivo de honra e não de
desonra. Para esses a vida cristã é comparada a uma casa construída na rocha,
nada à destrói (Mt.7.24-25).
Meu amado irmão e
amigo em Cristo Jesus, você já avaliou a
sua vida cristã? Ela é baseada na verdade ou na mentira? Existe alguma coisa
escondida, algo que se for revelado trará escândalo e vergonha? Aquilo que
todos veem é o mesmo que Deus vê? O que Jesus diz aos outros sobre a sua vida?
Será que ele diria: guardai-vos dessa vida, pois ela é superficial.
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